Capítulo: “Percebendo a Eternidade – Uma Jornada  de Amor a Deus!”

Capítulo: Percebendo a Eternidade – Uma Jornada  de Amor a Deus!
Trecho do livro: “Deus na Equação! de autoria de HAntonio
(Blog do HAntonio)

“Percebendo a Eternidade – Uma Jornada  de Amor a Deus!”

Perceber o eterno significa ir além das aparências do momento.  Adentrar portais que nem mesmo imaginávamos que existissem é um dos frutos do sentimento de eternidade. O momento, quando experimentado com essa sensação, possibilita uma experiência sutil e profunda, que nos dá a sensação de sublimidade, a qual se reflete na consciência e em nossas percepções, conduzindo-nos para muito além dos limites das molduras da forma e da aparência. Quando isso ocorre, há uma profunda experiência e satisfação íntima, que transcende o aparente e nos faz ver além dos invólucros externos das formas aparentes das situações, dos conhecimentos ou das pessoas.

Pessoalmente, sei que muito pouco sei sobre a grandiosidade e magnificência relacionadas à eternidade. O que posso compartilhar, e ainda assim ressaltando minhas grandes limitações, é que vivenciei algumas experiências por meio da meditação, da contemplação, e da oração profunda – algumas delas, muitas décadas atrás. Mas sinto que o fruto daquelas experiências ainda se fazem presentes dentro de mim, contribuindo para a sustentação e condução de sentimentos de bem-estar e harmonia. Esses sentimentos não estão relacionados a local ou momentos; apesar de, em alguns casos, lembrar-me deles; mas, o que permanece vivo são os relances do poder celestial e angelical sutis que me foram concedidos experimentar, mesmo que em relances de experiências. que transcendem o local ou o momento da experiência. O que é extremamente interessante é que, mesmo nascidos de ‘poucos minutos’ de contemplações, meditações ou orações, eles parecem permanecer vivos em nossa consciência, fazendo-a expandir e elevar-se. 

Claro que a alimentação da mente é algo que se dá dia após dia. E mesmo para ter a percepção de aspectos sutis que parecem atravessar os tempos faz-se necessário alimentar a mente da melhor maneira possível; algo que é muito particular e depende do ritmo e da natureza de cada um. Cuidar dessa alimentação é importante, sempre!

“Só sei que nada sei”
Sócrates

Usar o intelecto de maneira correta significa ir além da arrogância e do orgulho, do egoísmo e da insensibilidade, da aparência e da superficialidade; significa absorver a humildade gerada pela consciência de ser alguém que está sempre aprendendo. Tal consciência proporciona o fluxo da aprendizagem em nosso dia a dia e impelem o afloramento dos sentimentos de autoridade e de identidade daquele que pode estar se tornando um “bom aprendiz” através de suas experiências, mas, sempre, com humildade.

Sócrates, por muitos considerado o maior filósofo da história conhecida, no patamar de toda sua sabedoria, certa vez disse: “Só sei que nada sei”.

Sinto que estas não foram apenas palavras de efeito, mas que traziam profundo significado, tirado de experiências profundas que o filósofo experimentava. 

Será que Sócrates, ao dizer aquela frase, não compartilhava uma conclusão íntima a que chegara; de que a sabedoria transpassa os limites do que ‘pensamos’ saber, e que não conseguimos perceber a amplitude dos saberes na sua totalidade? De que, talvez, estivesse simplesmente querendo dizer: “quanto mais eu aprendo, mais eu sinto que há ainda muito à frente a aprender?” Com certeza ele sabia o que estava dizendo e estava dando um recado para todas as gerações futuras, para que pensássemos e refletíssemos sobre aquela frase. Bem, em meu coração a reflexão se traduz assim: “– amem o conhecimento, respeitem-no e continuem a jornada do saber, mas sem a arrogância que distorce a beleza, a justiça e o bem que são propriedades naturais do saber”.

A arrogância do intelecto impede a aplicação do conhecimento de maneira natural; e isso começa pela absorção do mesmo pelo próprio ser. Podemos ver a arrogância como uma “chapa quente” na qual as gotas do conhecimento caem e fazem algum ruído, mas logo secam. Além disto, a arrogância do intelecto gera uma atitude mental de insulto e de desrespeito por si ou pelos outros, impedindo-nos de aprender.

“… quando adentramos certas dimensões do conhecimento com o coração;
uma gama de experiências emerge”

Quando nos aprofundamos na prática do conhecimento através da junção do intelecto com o coração, algo especial parece emergir que transcende os níveis que aquele conhecimento inicialmente nos mostrava. E isso, no meu caso, e dentro de minhas limitações, ocorreu inicialmente com a prática de meditação conjugada com a contemplação, quando procurava experimentar algum aspecto do conhecimento sem racionalizações ou análises, mas deixando-o manifestar-se sutil e intuitivamente dentro de mim.

A sugestão para quem quer fazer esse tipo de experiência é escolher um tópico, que pode ser uma virtude, um dom, uma qualidade, um tema qualquer de conhecimento, por exemplo, paz, misericórdia, humildade, etc. Exemplificando, no caso de ‘paz’, pode-se fazer alguns experimentos sutis e sem expectativas, apenas deixando fluir internamente, preferencialmente em cenários que facilitem o relaxamento e a contemplação. No caso do tema escolhido ser “Paz”, a pessoa pode dar algumas frases para si própria (ou pode pedir a Deus, ou aos anjos de Deus que a intuam). A partir daí, pode fazer o experimento. Imaginemos que seja uma frase como: ‘A paz de Deus é maior’ ou ‘Sou um ser de paz’ ou ‘Ó Deus! como é bom estar em paz’ ou ‘Minha natureza é paz’ ou ‘Minha mente experimenta paz profunda’ ou simplesmente dizendo (e experimentando): ‘Amo estar em paz’. Se o tema escolhido for ‘misericórdia’, uma possibilidade seria simplesmente aprofundar a vivência de ‘A misericórdia de Deus é maior’ ou o que escolher experimentar. Se for ‘Compaixão’ pode ser uma prática de como você olha nos olhos de quem está passando por sofrimentos ou alguma dificuldade. Qual o sentimento que compartilha? Ou pode ser uma parte de uma oração que você aprecia. Por exemplo, nas Bem-Aventuranças, cada uma delas é uma fonte para vivenciarmos; o mesmo acontece na Oração de São Francisco, em que cada frase é uma fonte para profundas experiências. Ou então, pode ser algum ensinamento, que pode estar inserido num salmo, ou qualquer parágrafo qualquer da Bíblia, por exemplo. O importante é experimentar intimamente o tema escolhido.

Fazer esse tipo de experiência é apenas um primeiro passo, uma estimulação inicial. Uma segunda etapa é fazer experiências com o que escolheu durante as ações no dia a dia, procurando vivenciar, com sentimento aquela virtude, qualidade, conhecimento, etc.; fazendo tais exercícios, até tornar aquele conhecimento algo natural, de modo que transcenda apenas o entendimento cognitivo, tornando-se parte de você.

O fato é que quando adentramos certas dimensões do conhecimento com o coração; então, uma gama de experiências emerge e traz frutos que nos apresentam sutilezas bastante atraentes através de diferentes métodos. Entre esses frutos, se dá a absorção de virtudes, que ganham vida na medida em que experimentamos a corporificação do conhecimento na prática, ou do desenvolvimento dos relacionamentos num nível que vai além dos papéis que cada um representa e, dentro desses relacionamentos, um deles se dá com a própria fonte do conhecimento verdadeiro, assim como das virtudes que circundam o que é genuíno. Esse processo conduz a uma sintonia natural com Deus, por meio da vivência da verdade que a essência divina manifesta em tudo que se origina de Deus.

“… não importa o quanto sabemos”
o que importa é … 
o quanto nós estamos nos aproximando de Deus e,
o quanto nós estamos ajudando outros a se aproximarem de Deus. 

Quanto mais essa ‘proximidade’ se manifestar,
mais estaremos percebendo a eternidade se revelando em nossas vidas!

O conhecimento genuíno transpõe os limites aos quais estamos acostumados a aceitar – do tempo, do espaço, do físico, da linearidade, e de outros aspectos que nossa racionalidade nos permite acatar. O conhecimento genuíno gera força, gera energia, que se aplicada corretamente, gera sintonia. Assusta-nos num primeiro momento, mas, quando nos permitimos à aproximação com Deus, experimentamos a sintonia com Deus, sem temores. E essa relação transforma-se em algo natural, que pode nos levar além do simples entendimento, abrindo-nos as portas da intuição divina, refinando nossa percepção e fortalecendo nossa consciência espiritual.

Essa transição, da consciência corpórea para a consciência divina-espiritual, pode ser lenta e gradual e acontece de maneira simples, dando-se um passo após o outro, sem atropelos. Pode haver quedas e erros em meio à jornada, mas, quando juntamos todo o conhecimento que vamos adquirindo durante a jornada, ao progresso de fé e de amor em nossa relação com Deus, com certeza nossas vidas ganham um brilho que nos torna mais íntegros e fortes a cada etapa percorrida por nós. Seja ela de quedas ou de superação de desafios e obstáculos, ou de alegria e de vitórias. O fato é que a fé e o amor a Deus tem a capacidade de conduzir todos os tipos de vivências em mais proximidade com Deus. Quanto mais isso acontece, mais claro fica o quão pouco sabemos. Este é um aspecto, mas outro que flui junto é o de que “não importa o quanto sabemos”, o que importa é viver cada etapa de nossas vidas da melhor maneira que pudermos. E, particularmente, sinto que isso se reflete em um simples aspecto: o quanto nós estamos nos aproximando de Deus e, o quanto nós estamos ajudando outros a se aproximarem de Deus. Quanto mais essa ‘proximidade’ se manifestar, mais estaremos percebendo a eternidade se revelando em nossas vidas!

Capítulo: “Percebendo a Eternidade – Uma Jornada  de Amor a Deus!”
Trecho do livro: “Deus na Equação!” de autoria de HAntonio
Publicado no Blog do HAntonio (hantonio.com)

Imagem do post: Monte Carmelo (na Bíblia, consta que o Monte Carmelo é o local onde Elias clama a Deus e é respondido com chama de fogo).

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