Capítulo: Equilíbrio entre ‘Espiritualizar’ e ‘Humanizar’

Capítulo: Equilíbrio entre ‘Espiritualizar’ e ‘Humanizar’
Trecho do livro: “Deus na Equação!” de autoria de HAntonio
(Blog do HAntonio)

Equilíbrio entre ‘Espiritualizar’ e ‘Humanizar’

Para nos harmonizarmos com Deus devemos nos espiritualizar e, gradativamente, diminuir a tendência que, como seres humanos, temos de querer humanizar Deus.

Para nos aproximarmos de Deus o caminho não é o de tentar trazer Deus ao nível material; devemos sim, e cada vez mais, harmonizarmo-nos espiritualmente com Ele.

No nível humano, que é a nossa realidade presente, querer o bem do outro é um sinal de amor. Fazer o bem para o próximo é um sinal de amor em ação. Querer a felicidade de alguém é um claro sinal de nosso amor verdadeiro por aquela pessoa. Se refletimos um pouco, entenderemos que o mesmo se dá em relação a Deus. 

Querer – de coração, que a vontade de Deus prevaleça é um sinal de nosso amor por Ele. Caso contrário, tanto no nível das pessoas, quanto em relação a Deus, caso queiramos que a nossa vontade prevaleça, aí estará um claro sinal, primeiro, de egoísmo e, segundo, de imaturidade.

“Se eu falasse a linguagem dos homens e dos anjos …,
se tivesse o dom da profecia, se penetrasse todos os mistérios e possuísse todos os conhecimentos, mas não tivesse amor – de nada me serviria.”
Apóstolo Paulo

Quando nos lembramos dos ensinamentos deixados por Jesus, penso que o mais relevante de todos eles é que ‘devemos amar Deus acima de tudo’. Neste sentido, não precisamos pensar muito para perceber que para amar Deus verdadeiramente, devemos aproximar nossa vontade à Vontade de Deus. Não podemos nos esquecer: ‘o amor verdadeiro se manifesta na vontade’.

Como lembrado pelo Apóstolo Paulo: 

“Se eu falasse a linguagem dos homens e dos anjos …, se tivesse o dom da profecia, se penetrasse todos os mistérios e possuísse todos os conhecimentos, mas não tivesse amor – de nada me serviria.”

Ainda na mesma epístola, na qual ele faz uma apoteose lindíssima do amor, ele nos alerta que chegaria a hora em que não haveria mais profecias, nem o dom das línguas e nem o conhecimento, por ser imperfeito, e então, quando isso ocorrer, só nos restará ‘o amor’, ‘a esperança’ e ‘a fé’, estes três. E ele ressalta, dentre esses, o maior deles é o ‘amor’. E o apóstolo dos gentios nos deixa a mensagem: ‘aspirai ao amor!’

Acatando a lembrança de Paulo, considerando-se a maior relevância do amor e tendo em conta que os três, em muitos aspectos, estão interconectados, o mínimo que podemos pensar em fazer é preencher a esperança e a fé com mais amor.

Assim, neste sentido, medito que para tomarmos mais benefícios de nossa fé também devemos espiritualizá-la cada vez mais. Devemos torná-la mais próxima do coração – com amor e não apenas sustentada na razão e no entendimento. Aí vale refletir que o equilíbrio se faz necessário: a atenção que deve existir é não sair de um extremo, da racionalização humana e abraçar a fé sem raciocínio. Não! Aí, mais uma vez devemos nos inspirar no Mestre Nazareno que nos deixou exemplos deste equilíbrio em cada momento de sua passagem entre nós.

Com Jesus, as mensagens sempre continham um magnetismo que transcendia ao simples significado das palavras.

Penso que para captarmos o magnetismo do que Jesus nos ensinou quando de sua estadia entre nós, devemos abrir nosso canal espiritual corretamente. Isso implica em dar mais vazão à fé do que à razão, em dar mais espaço de nosso dia a contemplar, a orar e a meditar, em vez de inundarmos nossas mentes com informações sem fim. Devemos dar tempo para que pílulas de ensinamentos, muitas vezes revestidas de uma, duas ou poucas frases de seus ensinamentos ganhem vida em nós. Devemos reaprender a pensar e a dar novo ritmo ao fluxo de nosso raciocínio, de modo que nossas expressões reflitam a harmonia entre o espírito e a inteligência humana.

Tomemos como referência o próprio Jesus. Com Jesus, sempre as mensagens continham um magnetismo que transcendia ao simples significado das palavras. O conteúdo de todos os seus ensinamentos sempre contém a energia espiritual do amor e da paz divina; cabe a nós prestar atenção de modo a podermos acatar as suas orientações, aquelas dadas quando esteve entre nós e aquelas que, de algum modo, estejam sendo direcionadas a nós. 

Devemos equilibrar o que entendemos humanamente com os ensinamentos espirituais deixados por ele. 

Para isso ele veio e usou a linguagem humana entre nós, mas creio firmemente que para captarmos o real sentido de tudo que ele fez aqui na Terra temos que usar o coração mais que o intelecto e a fé mais que o “entendimento”.

Particularmente, meu coração não deixa dúvidas: “tudo que ele ensinou – seja em palavras ou em ações, tem muito mais profundidade do que nosso intelecto é capaz de entender”. Isso nada tem a ver com complicar ou buscar novos ensinamentos fora do que ele nos deixou; é o oposto disso, devemos sim, simplificar e nos atermos em poucos pontos, a serem escolhidos por nossos corações, a cada dia; e simplesmente nos deixarmos guiar pelo que ele nos diz; procurando sentir, de fato, Jesus falando contigo – seja por frases, olhares, posturas ou atos, como o ato de agradecer o alimento que comemos, sentindo que Jesus, ele próprio, está te dando ‘o pão’, como fez tantas vezes com os apóstolos. Atitudes simples, mas honestas e preenchidas de fé a comporem nosso dia – esse é um jeito renovador para reativarmos espiritualmente os ‘antigos’ ensinamentos que recebemos.  

Isso se reflete também em relação à ‘esperança’. Também aí deve haver equilíbrio. No geral, para o fortalecimento da esperança em nosso planeta e em nossas vidas, penso que os meios da misericórdia e da caridade são aqueles que carregam mais amor . Assim, podemos caracterizar nossos ‘últimos’ recursos: do amor, da fé e da esperança, como vitais e indissociáveis em nossa jornada rumo ao equilíbrio humano-espiritual.

Sintetizando, AMAR é a chave a nos dar acesso irrestrito ao que Jesus veio nos ensinar, assim como, o AMOR é a substância que pode nos sustentar espiritualmente. O amor divino é o fluído a nos aproximar e nos harmonizar com Deus Pai todo poderoso, com Jesus Cristo, com o Espírito Santo, com a Imaculada Mãe Maria e com os anjos e ajudantes que Deus coloca em nossas jornadas. A FÉ é o combustível que possibilita a nossa movimentação e nosso progresso espiritual, em meio aos aspectos mundanos de nossa existência humana e a ESPERANÇA é o sopro divino que nos dá fôlego e, verdadeiramente nos ressuscita, quando os obstáculos parecem intransponíveis.

Que a vontade divina prevaleça em nós.

Capítulo: Equilíbrio entre ‘Espiritualizar’ e ‘Humanizar’
Trecho do livro: “Deus na Equação!” de autoria de HAntonio
Publicado no Blog do HAntonio (hantonio.com)

Para sugestões ou comentários sobre os textos aqui publicado, favor enviar mensagem através do contato deste site ou clicando AQUI.